O presente tem como objetivo analisar o processo de institucionalização das políticas culturais no Carnaval da cidade de Salvador no Estado da Bahia, investigando como o racismo estrutural e institucional determinaram a ocupação dos espaços da festa. Pretende, ainda, apontar a divisão social dos espaços dos circuitos Dodô, Osmar e Batatinha no Carnaval na cidade e como o racismo estrutural foi determinante no modo de institucionalização das políticas culturais e a consequente diferenciação na ocupação dos ambientes onde acontecem os eventos. Para o desenvolvimento deste artigo, do ponto de vista metodológico, foi utilizada a revisão bibliográfica de literaturas sobre a criação do carnaval e os aspectos culturais e raciais que giram em torno da prática festiva, análise de suportes legislativos sobre o direito a cultura e políticas públicas voltadas ao povo negro e estudo de como ocorreram as ocupações dos espaços circuitos oficiais do festival, no lapsto temporal de 1890 à 2000. Busca-se, aqui, evidenciar a exclusão da população e entidades carnavalescas afro nos principais espaços destinados à festa.